A finlandesa Nokia venderá suas operações com celulares e smartphones ao grupo americano Microsoft
por US$ 7,183 bilhões de dólares (5,440 bilhões de euros), anunciou a empresa finlandesa.
A operação ocorre dois anos depois que a empresa decidiu usar o sistema
operacional Windows Phone, da própria Microsoft, em seus principais
aparelhos em uma tentativa de recuperar o número de vendas, o que não
aconteceu. A Nokia já foi a principal fabricante de celulares e de
smartphones no mundo, mas perdeu espaço para concorrentes como Apple e
Samsung, que têm dispositivos muito mais modernos e que caíram no gosto
do consumidor rapidamente.
A tentativa de usar o sistema Windows Phone seria para modernizar os
aparelhos. Com a linha Lumia, que usa este sistema, a Nokia e a
Microsoft não alcançaram o número de vendas desejado.
A venda, "em dinheiro", incluirá a totalidade das patentes no setor,
que se concentrará agora em serviços e redes, "o melhor caminho para se
avançar, tanto para a Nokia como para seus acionistas", segundo o
presidente do grupo, Risto Siilasmaa.
A Nokia
também anunciou a saída imediata de seu diretor-executivo, Stephen
Elop, que será substituído interinamente por Risto Siilasmaa. Elop está
sendo cotado como um possível substituto ao atual presidente-executivo
da Microsoft, Steve Ballmer, que vai se aposentar e está tentando
transformar a companhia em uma empresa de aparelhos e serviços, como a
Apple, antes de deixar o comando.
Queda da companhia
Em três anos sob o comando de Elop, a Nokia viu sua participação de
mercado encolher e o preço de sua ação recuar em meio à aposta dos
investidores de que sua estratégia fracassaria.
Em 2011, depois de escrever um memorando que afirmava que a Nokia
estava ficando para trás e não tinha tecnologia para acompanhar o
mercado, Elop tomou uma decisão controversa de usar o sistema
operacional da Microsoft para smartphones, o Windows Phone, no lugar da
própria plataforma desenvolvida pela Nokia ou do sistema criado pelo
Google, o Android, hoje líder de mercado.
A Nokia, que teve uma participação de 40% do mercado de celulares em
2007, agora tem 15%, com uma presença ainda menor em smartphones, de 3%.
A venda do negócio de celulares da Nokia não é a primeira reviravolta
dramática da empresa em sua história de 148 anos. A companhia já vendeu
de botas de borracha a televisores.
Mas o anúncio da venda foi um duro golpe para o país natal da empresa, a
Finlândia, mesmo entre os investidores menos sensíveis, que viam a
venda da empresa como uma chance final para salvar valor do grupo. "Como
finlandês, não posso gostar deste negócio. Ele encerra um capítulo da
história da Nokia", disse Juha Varis, gerente de portfólio da Danske
Capital. "Por outro lado, talvez tenha sido a última oportunidade de
vendê-lo."
A venda da divisão de celulares da Nokia para a Microsoft deve ser
concluída no primeiro trimestre de 2014 e está sujeita à aprovação por
acionistas da Nokia e autoridades. Cerca de 32 mil funcionários da Nokia
esperam ser transferidos para a Microsoft, incluindo 4,7 mil que
trabalham na Finlândia.
Fonte: G1.