Um exemplo de força, superação e dedicação ao esporte. O “Mão Santa”
Oscar Schmidt contou um pouco da sua história para jovens de escolas
públicas de Campos, São João da Barra e São Fidélis. A palestra,
realizada na tarde desta quinta-feira (29/08) faz parte do projeto
“Driblando Barreiras” do Sesc Campos.
E foi dentro de uma quadra lotada, lugar que mais se sente a vontade, que o maior jogador brasileiro de basquete falou sobre o esporte e o tumor na cabeça que vem combatendo há dois anos. O professor de educação física e do projeto “Atleta na Escola”, Joaquim Sanguedo, foi ao Sesc com um grupo de 36 estudantes que sonham trilhar o sucesso no esporte, assim como Oscar, mas no atletismo.
“O projeto é do Governo Federal e tem a
parceria da administração municipal, visa à inclusão do esporte e a
descoberta de novos talentos. Eles podem participar de eventos
organizados e isso trás bons resultados também dentro de sala de aula.
Os alunos estavam ansiosos para vir, já que tudo é novidade,
sair do
local onde moram e participar de uma palestra como esta”, explicou.
No
telão, imagens de um Oscar vencedor e emocionado pelas conquistas ao
longo da carreira de 32 anos. E não faltou bom humor na hora de falar
sobre as duas décadas dedicadas a Seleção Brasileira. O jogador começou a
atuar pela amarelinha na época em que a TV ainda era em preto e branco,
aos 18 anos em 1977. Foram 356 jogos e 7.693 pontos. “Foi o maior
orgulho da minha vida defender o Brasil e a nossa seleção”, disse.
“Consegui
fazer o que mais gostava e hoje conto isso para os jovens. Digo que é
preciso muito treinamento, dedicação e amor pelo esporte, que quando
praticado, só trás benefícios. Espero ter passado essa mensagem para
alguns deles”, falou o ex-atleta.
Oscar conta que o câncer esta
sendo a maior luta de sua vida. A doença foi descoberta há dois anos
durante férias nos Estados Unidos. "Desmaiei
enquanto tomava banho de banheira. Tiveram que chamar a polícia e os
bombeiros para me socorrerem de ambulância. Fui levado ao hospital e
durante a tomografia, descobriram esse ‘negócio’. O primeiro tumor
parecia uma laranja. Voltei ao Brasil depois de assinar toda a papelada
necessária e receber remédio para não ter uma convulsão. Operei, e na
biopsia do tumor retirado, apontou que ele não era maligno, tinha apenas
quatro graus de maligno e poderia ter uma vida normal”, relatou.
No
ano passado, depois de fazer mais exames, o cestinha descobriu que um
novo tumor tinha voltado. Apesar de pequeno, as chances de ser maligno
era ainda maior. “Depois de operar passei por 30 radioterapias e 45
quimioterapias. Hoje, faço quimio cinco dias no mês e o restante eu
descanso. Além do tratamento médico, também faço tratamento espírita.
Devemos ir atrás da cura, mas primeiro devemos seguir o que o médico
recomenda para depois tentar outra alternativa de tratamento”, informou.
Ele
também falou sobre fé e a bênção que recebeu do Papa Francisco, quando
este no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, a quem definiu como
“primeiro argentino humilde que conheci”.
Para
finalizar, o “Mão Santa” deixou uma mensagem de incentivo e um recado a
todos os jovens. “Eu posso fazer tudo o que eu quiser, se quiser de
verdade”, finalizou.
O ala Lima, do time de basquete do Automóvel
Clube, esteve com o ídolo e falou sobre o exemplo de Oscar. “Como atleta
ele é um ícone do esporte e um espelho para nós, dentro e fora das
quadras. Todo mundo o vê como um grande líder”, comentou.
Fonte: Ururau.