Rio de Janeiro - Mudanças bruscas de temperatura na costa da cidade
têm provocado uma série de fenôm
enos nas praias que chamam atenção de
banhistas. Depois da espuma que se alastrou por várias praias, nas
primeiras semanas do ano, agora é a vez das águas-vivas, que apareceram
mortas aos milhares na faixa de areia entre Ipanema e Leblon.
De acordo com Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão
responsável por verificar as condições do mar, as variações de
temperatura e as mudanças nas correntes provocam alterações na flora e
fauna marítimas. No caso das águas-vivas, o aumento da temperatura da
água, que estava gelada na última semana, é uma das hipóteses.
O biólogo Mario Moscatelli, especialista em ecossistemas marítimos,
explica que as águas-vivas são animais acostumados com baixas
temperaturas e que não sobrevivem no calor. “Provavelmente entrou alguma
corrente de água mais quente que gerou essa mortandade. Essa é uma das
hipóteses”, avaliou Moscatelli.
O contato de águas-vivas com a pele pode provocar queimaduras. O
Corpo de Bombeiros não fez atendimento desse tipo ao longo dia, mas a
recomendação, para quem teve contato com o animal vivo (espécie de
gelatina transparente), é lavar bem o local com água e ir ao médico.
O Inea também explica que a espuma esverdeada que apareceu neste
domingo (19) na Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste, e uma mancha
"acastanhada" nas praias da zona sul também podem estar ligadas ao
aumento da temperatura no mar, que favorece a proliferação e a
decomposição de algas e microalgas, fenômeno agravado pela agitação do
mar, com ondas de até dois metros.
A gerência de Qualidade das Águas do Inea atribui o aumento da
floração das algas ao despejo irregular de esgoto, às chuvas dos últimos
dias - que levam matéria orgânica para o mar - e à maré vazante, que
favorece a chegada de uma maior quantidade de águas de rios, canais e
baías.
Fonte: AgBr.