O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou ontem (4) levantamento
com dados sobre a prevalência da doença no Brasil. Segundo o Inca, cerca
de 1 milhão de novos casos devem ser diagnosticados neste ano e no
próximo, O instituto confirmou, porém, que a prevenção e a detecção
precoce fazem cair a incidência câncer de pulmão e de colo útero entre
os brasileiros.
De acordo com o documento Estimativa 2014,
o câncer de pulmão, que está diretamente relacionado ao tabagismo –
cerca de 80% dos casos –, é o tipo mais frequente e letal na população
mundial. No Brasil, no entanto, as taxas de incidência vem se reduzindo –
para este ano, estão previstos cerca de 27 mil novos casos, disse o
diretor de Prevenção e Vigilância do Inca, Cláudio Noronha. “A
experiência brasileira no controle do tabagismo mostra a redução da
prevalência do fumo nos últimos 20 anos, que caiu pela metade. Isso
modificou a ocorrência da doença”, acrescentou Noronha, que citou dados divulgados anteontem (3) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a existência de cerca de 2 milhões de casos de câncer de pulmão no mundo.
Com mais acesso a exames preventivos, as taxas de câncer de colo de
útero na população feminina também caíram no Brasil, passando para risco
de 15 casos em cada 100 mil habitantes. Com isso, essa variedade da
doença deixa de ser a segunda mais prevalente entre as mulheres e troca
de posição com o câncer colorretal, antes no terceiro lugar. Permanece
como o mais frequente o câncer de mama.
De
acordo com o Inca, a partir de agora, o país tem como desafio baixar as
taxas de câncer de colo de útero na Região Norte, que tem a mais alta
de taxa de prevalência no país, de 35 casos para 100 mil habitantes, na
comparação com a média nacional, de 23,5 casos.
“Quando se identifica e se trata a lesão do HPV, é possível evitar
que o câncer venha ocorrer na mulher, mas no Norte, no Nordeste e no
Centro-Oeste, têm grande importância as características das condições de
saúde associadas à alta prevalência da infecção, decorrentes da prática
da atividade sexual precoce não protegida e da falta de acesso a
informações”, destacou Noronha.
Entre os homens, por região, o Inca destaca a frequência do câncer de
próstata, o primeiro em número de casos, depois do câncer de pele e do
de estômago, principalmente no Norte e no Nordeste. A doença, segundo
Noronha, está ligada às condições de conservação precária de alimentos,
como a “salga agressiva”, além de infecções causadas por problemas de
saneamento.
O especialista informa que 70% dos casos de câncer são decorrentes de
maus hábitos, como o fumo, a falta de exercícios físicos, a alimentação
e o excesso de bebida alcoólicas. Para mudar de vida, ele recomenda que
os pacientes procurem imediatamente um médico de sua preferência.
Fonte: AgBr.
Fonte: AgBr.