sexta-feira, 9 de maio de 2014

Campanha mostra vantagens de ir trabalhar de bicicleta

Para estimular e promover a bicicleta como meio de transporte na cidade, a campanha "De bike para o trabalho", movimentou hoje dezenas de pessoas em Brasília. Elas saíram em grupos de pontos do Plano Piloto, Guará, Gama, Sudoeste, e Recanto das Emas, entre outras regiões do Distrito Federal, para demonstrar que é possível ir trabalhar de forma agradável, rápida, segura e não poluente.

A campanha é uma parceria da ONG Rodas da Paz com a rede Bike Anjo, cujos voluntários lideraram os grupos de ciclistas. O evento tem caráter nacional, com a realização dos passeios em outras cidades, além de oficinas que ensinam a pedalar e também conhecer a mecânica de bicicletas. Nos encontros, os ciclistas também recebem orientações sobre como se locomover com esse veículo em centros urbanos.

"De Bike para o trabalho" é uma iniciativa inspirada no Bike To Work Day, evento que, desde 1956, realiza, em maio, atividades para promover a bicicleta como uma opção viável de transporte para o trabalho em cidades do mundo inteiro.

Jonas Bertucci, que reuniu um grupo de seis pessoas para pedalar da Quadra 208 Norte até o Setor Bancário Norte, uma distância de aproximadamente 5 quilômetros, conta que aprovou a experiência.

“Levamos meia hora para fazer o percurso, mas no caminho paramos algumas vezes para falar com as pessoas e por isso demoramos mais. De carro, o trajeto levaria dez minutos, mas com pelo menos mais dez [minutos] para achar vaga e estacionar. Já no retorno, no início da noite, a bicicleta leva grande vantagem para se deslocar, enquanto os carros ficam retidos nos engarrafamentos”, avaliou.

O fato de a bicicleta não poluir o meio ambiente e ainda possibilitar que o ciclista se exercite enquanto se desloca são outros fatores apontados por Bertucci como benéficos. Mas ele alerta: os ciclistas não devem abrir mão de cuidados para que a viagem seja segura. “Planejar bem a rota, escolher vias menos saturadas de carros, sinalizar bem os movimentos que vai fazer no trânsito e ter muita atenção nos cruzamentos”, lista.

Essa segurança deve ser garantida por todos que circulam pelas vias. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CBT), motoristas de veículos automotores devem manter uma distância mínima de 1,5 metro entre o veículo e o ciclista, durante ultrapassagens (Artigo 201). Além disso, Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas (Artigo 38). Os motorizados de maior porte são responsáveis pelas seguranças dos menores e também dos não motorizados. O código também estabelece que que cabe aos órgãos de trânsito “planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e segurança de ciclistas” (Artigo 21).

Para Jonas Bertucci, falta educação para o trânsito. Além de criticar o desrespeito às normas que objetivam diminuir os riscos para a vida dos ciclistas, ele ressalta que a sinalização relativa ao trânsito e as próprias ciclovias de Brasília devem ser aprimorada para que o ciclista não tenha que descer, a todo momento, para dar lugar aos carros, “o que desconcentra e desestimula o ciclista a usar a bike para ir ao trabalho, pois tem que parar e descer a toda hora para depois reiniciar o trajeto”.

Aqueles que desejarem utilizar a bicicleta como seu meio principal de transporte podem contar com os Bike Anjos, que estão prontos a ajudar. São ciclistas experientes e apaixonados pelo seu meio de transporte que ajudam a andar de bicicleta com segurança e que podem ser contatados pelo site do projeto.