quarta-feira, 17 de julho de 2013

Inflação mais alta e dívidas põem um freio no consumo da classe C







A alta de preços travou a ascensão social dos brasileiros. Considerada motor da economia e responsável por evitar o pior na crise de 2008, a classe média foi duramente afetada pela frustrante expansão do país e pela inflação corrosiva. A saída de pessoas da linha da pobreza praticamente estagnou e, em 2012, a chamada classe C registrou a menor expansão em 16 anos: um avanço de 0,92% ante o ano anterior, segundo dados da consultoria IPC Maps e da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep). Em 2013, apesar de alguma melhora, o crescimento não deve passar de 1%.




Na última década, 40 milhões de pessoas chegaram à badalada classe C. Os fortes estímulos ao consumo, no entanto, acabaram levando essa parcela de brasileiros a um endividamento recorde: até abril, segundo o Banco Central, 44,3% da renda familiar anual estava comprometida com financiamentos, de forma que não há mais espaço para novas dívidas. O total de crédito contratado, ainda com base em números da autoridade monetária, saiu de 15% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007 para 25% este ano.

Com uma fatura tão grande a pagar, as famílias não têm tido muita escolha: precisaram mudar hábitos e abrir mão de conquistas. Enquanto umas adiam planos, outras se veem obrigadas a se desfazer de patrimônios para quitar dívidas e tentar fugir da inadimplência, que, em maio, ficou em 7,5% — o primeiro mês em que não houve queda do indicador de calote desde dezembro de 2012. “O consumo estagnou, e a inflação parece que saiu do controle”, comenta Carolina Andrade, da Kantar Worldpanel, resumindo o que explica boa parte do freio na ascensão social
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