terça-feira, 2 de outubro de 2012

HÁ 145 ANOS NASCIA O CAMPISTA NILO PEÇANHA...

No dia 02 de outubro de 1867 (há 145 anos), nascia na Freguesia de Nossa Senhora da Penha de Morro do Coco, o Governador e Presidente da República Nilo Procópio Peçanha.

Nilo Procópio Peçanha assumiu a presidência da república após o falecimento de Afonso Pena, em 14 de junho de 1909, e governou até 15 de novembro de 1910. Foi, talvez, o único mulato presidente do Brasil.

Nilo Peçanha era filho de Sebastião de Sousa Peçanha, padeiro, e de Joaquina Anália de Sá Freire, descendente de uma família importante na política do norte fluminense. Teve quatro irmãos e duas irmãs. A família vivia pobremente em um sítio no atual distrito de Morro do Coco, até que se mudou para o centro da cidade quando Nilo Peçanha chegou na idade escolar. Seu pai era conhecido na cidade como "Sebastião da Padaria".

Nilo cursou o primeiro grau estudantil em sua cidade natal, completou os estudos no capital fluminense e se formou em direito pela Faculdade de Direito do Recife, em Pernambuco.

Foi descrito como sendo mulato e frequentemente ridicularizado na imprensa em charges e anedotas que se referiam à cor da sua pele. Durante sua juventude, a elite social de Campos chamava-o de "o mestiço de Morro do Coco".

Carreira na política
 
Em 1921, quando concorreu à presidência da República como candidato de oposição, cartas atribuídas falsamente ao candidato governista, Artur Bernardes, foram publicadas na imprensa e causaram uma crise política pois insultavam o ex-presidente Marechal Hermes da Fonseca, representante dos militares, e também Nilo Peçanha, outro ex-presidente, que era xingado de mulato. Gilberto Freyre, escrevendo sobre futebol, usou-o como paradigma do mulato que vence usando a malícia e escondendo o jogo mencionando que "o nosso estilo de jogar (…) exprime o mesmo mulatismo de que Nilo Peçanha foi até hoje a melhor afirmação na arte política".

Participou das campanhas abolicionista e republicana. Iniciou a carreira política ao ser eleito para a Assembleia Constituinte em 1890. Em 1903 foi eleito sucessivamente senador e presidente do estado do Rio de Janeiro, permanecendo no cargo até 1906 quando foi eleito vice-presidente de Afonso Pena. Como presidente do estado do Rio de Janeiro, assinou, em 26 de fevereiro de 1906, o Convênio de Taubaté. 4 dias após o Convênio de Taubaté, em 1 de março de 1906, foi eleito vice-presidente da república, com 272.529 votos contra apenas 618 votos dados a Alfredo Varela. Seus seguidores eram chamados de nilistas.

Foi maçom e Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil de 23 de julho de 1917 a 24 de setembro de 1919, quando renunciou ao cargo.

Presidente da República
Com a morte de Afonso Pena em 1909, assumiu o cargo de presidente. Seu governo foi marcado pela agitação política em razão de suas divergências com Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Conservador.


Apoiou o candidato Hermes da Fonseca a sua sucessão em 1910, contra Rui Barbosa e o presidente de São Paulo Albuquerque Lins, candidatos de oposição que fizeram a campanha civilista. Hermes venceu as eleições e foi eleito presidente da república em 1 de março de 1910. Os conflitos entre as oligarquias estaduais se intensificaram, sobretudo em Minas Gerais e São Paulo. Minas Gerais apoiou Hermes e São Paulo apoiou Rui Barbosa, lançando seu presidente Albuquerque Lins à vice presidência na Campanha Civilista. Hermes da Fonseca foi eleito para governar de 1910 a 1914.

Durante seu governo presidencial, Nilo Peçanha criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), e inaugurou o ensino técnico no Brasil.

Faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.