sexta-feira, 23 de março de 2012

Em dez anos, triplica número de atendimentos a crianças que sofreram abuso sexual

Abuso sexual infantil

Segundo levantamento da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, o número de crianças atendidas no Núcleo de Violência Sexual do Hospital Estadual Pérola Byington triplicou nos últimos dez anos. Os dados, que se referem ao período entre 2001 e 2011, também mostram que houve crescimento dos adolescentes entre 12 e 18 anos que procuraram o serviço.

Todas as pessoas recebidas pelo núcleo são vítimas de algum tipo de crime sexual. Esse serviço do hospital, que é referência em atendimento à mulher e a vítimas desse tipo de violência, oferece acompanhamento psicológico por tempo indeterminado aos pacientes, além de diagnóstico e, se preciso, tratamento para doenças sexualmente transmissíveis e para as complicações de danos físicos.

De acordo com o levantamento, 1.088 crianças de até 12 anos foram tratadas pelo serviço do hospital em 2011. Dez anos antes, em 2001, esse número foi de 352 atendimentos. Embora menos, a quantidade de adolescentes acolhidos pelo núcleo também cresceu: em 2001, foram registrados 498 casos e, em 2011, 759, representando um aumento de 52%.

No entanto, o aumento do atendimento de crianças vítimas de abuso sexual não significa que a incidência desse tipo de crime tenha crescido, mas sim que a procura pelo tratamento e acompanhamento adequado tem se tornado mais frequente.

Meninos — A pesquisa também mostrou que o atendimento feito a crianças do sexo masculino vítimas de abuso sexual aumentou mais do que o feito às jovens do sexo feminino. Entre os meninos, esse crescimento foi de 37%, enquanto, entre as meninas, foi de 26,4%.

Atualmente, o sexo masculino representa entre 20% e 25% de todos os atendimentos feitos a crianças vítimas de abuso sexual no hospital. Estima-se que, de todos os casos de crime sexual infantis, entre 25% e 35% são contra rapazes.

O levantamento ainda indicou que o número de adultos maiores de 18 anos que procuraram pelo serviço, por outro lado, diminuiu em 40% nesse período.

Recomendações — Apenas entre 10% e 20% de todos os casos de abuso sexual que acontecem chegam ao conhecimento de profissionais de saúde ou de policiais. Como crianças têm menos autonomia para procurar por ajuda, os adultos que estão a sua volta devem ficar atentos a alguns fatores, como mudanças abruptas de comportamento e queda do rendimento escolar. Se essas alterações comportamentais ocorrerem, o ideal é estabelecer um diálogo sutil e discreto com a criança e, sob suspeita de ter ocorrido abuso sexual, denunciar o caso para o Conselho Tutelar mais próximo e procurar ajuda especializada.


3 comentários:

Anônimo disse...

Fatos podem passar despercebidos... o difícil é apagar da memória dessas crianças!!! A atenção da família é essencial.
Um abraço, meu amigo!!!

Luis Carlos

Anônimo disse...

Um absurdo isso !!! Infelizmente os "monstros" que praticam esse tipo de crime e chegam a ser presos, são libertados tempos depois, e acabam fazendo novas vítimas. Para esses criminosos o certo seria pena perpétua !! Um abraço !!

Anônimo disse...

Pena que no nosso país não haja pena de morte. Infelizmente o q desejo aos abusadores de menores é q todos morram.