segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Campos reforça a proteção contra violência doméstica


Campos passa agora a contar com Vigilância da Violência Doméstica e Sexual no município, integrando diferentes órgãos numa rede de proteção integral às vitimas. A Vigilância funciona através de três ferramentas principais, que são: o Sistema de Notificação de Violência (Sinov); o Centro de Atendimento, Pesquisa e Estudos da Violência (Capevi); e o Núcleo de Assistência Integral as Vítimas de Violência Sexual (Naivvs).

Novos mecanismos de atendimento e fluxos para o encaminhamento das vítimas pela rede assistencial foram definidos, a fim de humanizar o tratamento e garantir o acompanhamento ideal de pessoas vitimizadas. “Essa assistência não pode ser resumida ao atendimento médico. Na maioria das vezes, as vítimas precisam de assistência psicológica; jurídica, como no caso de ter de afastar o agressor; social, quando precisa ser inserida em algum programa para obtenção de renda, e outras. São várias as situações. O município tem uma rede assistencial bastante fortalecida e precisávamos estabelecer esses fluxos e capacitar os profissionais para encaminhar essas vítimas corretamente”, destaca o superintendente de Saúde Coletiva, Charbell Kury.

Na última semana, profissionais da área da Saúde, Educação, Assistência Social, Justiça e Cidadania, Conselhos Tutelares, médicos e acadêmicos, entre outros, participaram de uma capacitação no Teatro Trianon. À frente da Promotoria da Infância e da Juventude em Campos, Anik Rebello Assed Machado disse que o trabalho do Ministério Público (MP) será agilizado, a partir do momento em que o órgão tiver acesso ao Sinov e ao Capevi.

“Antes, tínhamos dados da violência de forma fragmentada. O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), por exemplo, apresentava um número de vítimas por bairro, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) tinha outros números.

Agora, a exemplo do protocolo eletrônico da dengue, teremos um sistema de notificação em rede, recebendo dados em tempo real. O Sinov permitirá que os órgãos envolvidos nessa rede de proteção, especialmente o MP, tenham acesso às informações e deflagrem as medidas protetivas conforme a necessidade da vítima, as características da violência e se trata de uma criança, adolescente, gestante ou idoso”, explica Charbell.

Plantadores de Cana será hospital referência do Núcleo de Assistência às Vítimas de Violêndia

O Núcleo de Assistência Integral as Vítimas de Violência Sexual (Noavvis) terá o Hospital dos Plantadores de Cana como referência. Está prevista para novembro uma capacitação específica para profissionais médicos, de enfermagem e assistência social do hospital, para que o núcleo passe a funcionar. “O objetivo é impedir que o agredido seja revitimizado, passando, por exemplo, pelo constrangimento de ir a uma delegacia registrar o fato. Com o Naivvs, quando a vítima for atendida, o Instituto Médico Legal (IML) será acionado, para que o exame de corpo delito seja feito no local. Temos o IML como parceiro, assim como o MP, as polícias Civil e Militar, e o Ministério da Saúde, que disponibilizará as verbas para a Vigilância. A partir do atendimento médico, essa vítima será acompanhada, de forma a ter de fato uma assistência integral”, continuou Charbell. “O objetivo da prefeita Rosinha Garotinho e conseguir, com o Sinov e o Capevi, mapear a violência doméstica e sexual no município, para termos dados reais dessa violência e, conforme o território, implantarmos medidas de educação em saúde para prevenir e reduzir sua incidência. Com essa rede de proteção às vítimas, esperamos reduzir também as subnotificações da violência doméstica e sexual”, concluiu o superintendente.

Fonte: O Diário RJ.

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