A paralisação que atingiu o Porto do Açu, empreendimento do grupo de Eike Batista no Norte Fluminense, acabou na tarde desta quinta-feira, após acordo entre trabalhadores, a LLX - braço logístico do grupo - e a ARG, construtora responsável por parte da obra. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Norte Fluminense, José Carlos Eulálio, todas as reivindicações foram atendidas e o grupo EBX decidiu assumir a responsabilidade pelos pagamentos devidos.
Entre as reivindicações está o pagamento da defasagem do reajuste salarial de 2010, um dos principais itens da pauta de negociações. No início do ano passado, havia sido acordado que os salários seriam reajustados em 10%, mas houve o repasse de apenas 7,5%. Essa diferença será paga em 45 dias. Os salários também serão equiparados aos dos trabalhadores do Porto Sudeste, outro empreendimento do grupo de Eike que está sendo erguido em Itaguaí.
Além disso, o valor da cesta básica será elevado de R$ 65 para R$ 120, os funcionários terão direito a plano de saúde a partir de abril e as horas gastas no deslocamento entre casa e trabalho também serão contabilizadas no expediente.
— A EBX percebeu que a ARG falhou e decidiu assumir as responsabilidades com os trabalhadores - disse Eulálio, após reunião entre as partes em um posto do Ministério do Trabalho em São João da Barra, onde fica do Porto do Açu.
O grupo EBX não confirmou a informação de que assumiria as despesas. Limitou-se a divulgar nota em que informa que houve acordo entre "a ARG, o sindicato da categoria, um representante dos lideres do movimento dos empregados da ARG e o Ministério do Trabalho" e que "em caso de descumprimento do ajuste, a ARG estará desobrigada ao cumprimento dos compromissos assumidos".
Com o acordo, as obras, que estavam paradas desde terça-feira serão retomadas imediatamente. De acordo com Eulálio, cerca de 1.200 dos 2 mil funcionários do porto aderiram à greve. A LLX afirma que apenas 300 funcionários que trabalhavam na construção de um dos terminais do porto, o de minério de ferro, pararam. Este terminal pertence à LLX Minas Rio, empresa formada da parceria da LLX (51%) com a Anglo American (49%).
Não houve danos materiais ou feridos durante dos três dias de manifestação. Apenas a estrada de acesso ao porto, a RJ-240, foi bloqueada. Em um dos dias de protesto, pneus e galhos de árvores chegaram a ser queimados.
O Porto do Açu está orçado em R$ 3,6 bilhões e deve iniciar operação em 2012.
Fonte: http://extra.globo.com/noticias/economia/porto-do-acu-empresa-cede-trabalhadores-encerram-greve-1469463.html
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